Verso Insano

O coração na ponta da caneta.

  • Seja Bem-Vindo ao Verso Insano.

    Aqui você vai encontrar toda a minha insanidade, com leves resquícios de autocontrole.

Alma Fúnebre

Posted by Thiago Kaza On 11:36 0 comentários

Perdi minha amada

Afoguei o pranto nas espumas do vinho que envolvem a taça

Mergulhei na noite como um corvo silencioso

Transformei-me...

Pranteei em estrilo pelas ruas

Implorei aos quatro ventos

A eufonia utópica da sua voz

Hoje martela minha mente

Fazendo-me borbulhar em lembranças

Agora me encontro caído em desasseio

Ébrio e moribundo

Alma fúnebre...

Aborto

Posted by Thiago Kaza On 11:33 0 comentários

Obrigado pai...

Carregou-me até aqui

Cuidou da semente da minha vida

Depositaste em minha mãe

A responsabilidade de me amar

Deste para mim

A oportunidade de viver

Eu só não sabia que eu não fui planejado...

Pai...

O senhor me traiu a confiança

Jogou-me sem pensar

No ventre de uma vagabunda

Espancou-me através da barriga dessa cadela

E agora o ódio me domina e me faz querer vingança

Não tenho culpa de sua irresponsabilidade

Vocês puderam vir ao mundo

Por que negar isso ao seu filho?

Batalhas foram travadas pela minha vinda até aqui...

Meus irmãos foram mortos...

Dilacerados pelo caminho...

Fui o único sobrevivente

Pra poder ser seu filho

E o que ganhei foram pauladas

Gritos...

Ofensas...

Mãe...

Alma inescrupulosa

Encheu-me de entorpecentes

Adormeceu a minha mente

Fez-me desmaiar em alucinações

Agora rasgam sua barriga

E arrancam meus membros

Cortam meus órgãos

Não tenho onde segurar

Não tenho o colo de minha mãe

Pois foi ela quem contratou os assassinos

Malditos!

Escondem seu rosto através de sua mascara podre

Se eu conhecesse suas feições

Eu voltaria do inferno para buscá-los

Desgraçados!

Podaram-me a vida

Jogaram meus restos no lixo

Enquanto vocês queriam minha morte...

Eu só queria uma oportunidade...

Abandonado

Posted by Thiago Kaza On 11:33 0 comentários

Abandonado em meu jardim

Colhendo as sementes que plantei

Hoje eu só posso tatear flores mortas

Murchas como minha alma

Apenas observo a destruição do meu terreno

Nada mais posso fazer

Além de molhá-las

Com a água salgada que meus olhos jorram

Pranteio a terra e deito-me em teu seio

A chuva vem e vai embora

E dos galhos dessas árvores

Apenas vejo orvalhar o pranto

Abaixo de Ti

Posted by Thiago Kaza On 11:32 0 comentários

Eu me amarro em você...

Por que pisa em mim dessa forma?

Por que me deixa sempre abaixo de ti?

Eu sou seu alicerce...

Tenho a força que sustenta seu corpo...

E com os pés no chão eu te dou o equilíbrio...

Eu te acompanhei por toda sua caminhada...

Trilhei seus caminhos contigo...

Superamos juntos os obstáculos que apareceram...

E agora...

Você me abandonou de repente...

Tirou completamente de mim,

A oportunidade da sua companhia...

Acho que não sou mais importante...

Mas eu quero dizer para você...

Que não importa o tempo que passar...

Eu ainda serei aquele,

Que terá sempre orgulho,

Em poder estar aos seus pés...

Carinhosamente...

Seu Sapato Velho...

A Última Flor

Posted by Thiago Kaza On 11:29 0 comentários

Hoje a vida tocou seu último canto fúnebre...

E das bocas trêmulas,

Saíram as ultimas lamúrias...

Os olhares de desespero infestaram o planeta...

Na epidemia de agonia,

Que causa o sacrifício da minha alma...

Eu pude escutar as trombetas dos anjos

Entoando Hinos demoníacos

Aumentando o desespero que assola vidas

Eu vi as lágrimas de Deus inundar o horizonte

Enquanto o negro véu da morte

Envolveu os inocentes

No banquete dos urubus famintos...

Nada temo...

Um dia os gritos acabam,

Sobreviverei com ou sem raiz...

Pois a Flor...

Com a força da sua beleza,

Flutua no silêncio...